domingo, 10 de agosto de 2014

EUA retomam ofensiva aérea no Iraque

Seja com Bush pai, Bush júnior, Clinton ou Obama, os Estados Unidos sempre se indispõe, em nome da "paz", com algum determinado grupo no Oriente Médio. A bola da vez é o grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) no norte do Iraque (Curdistão?!?!?!) para proteger a minoria yazidi.

Vale lembrar que, na nossa visão ocidentalizada, o termo Jihad é uma guerra, que tem o objetivo de transformar as pessoas em praticantes do islamismo e fazer com que eles pratiquem atentados e se tornem homens-bomba. 

Maomé, profeta do Islamismo, declarou que Jihad era uma guerra sagrada, que simbolizava a luta para converter o maior número de pessoas para a religião islâmica.

Já os muçulmanos, dizem que essa é uma definição equivocada, que Jihad não tem nada a ver com guerra, e sim no empenho que os praticantes devem ter em seguir a religião.

Mas quem são os Yazidis? 

Os yazidis são membros de uma das menores e mais incompreendidas religiões do Iraque - e por isso já foram perseguidos outras vezes. 

A religão dos yazidis combina elementos do zoroastrismo (prega a interpretação dualista do mundo, dividido entre as forças do bem e do mal. Os ensinamentos de Zoroastro, por volta do século VI a.C, afirmavam a existência de um deus supremo, que havia criado dois outros seres poderosos que dividiam sua própria natureza: Ormuzd seria a fonte de todo o bem, enquanto Ariman seria a origem do mal, depois que se rebeloucom Sufi Islã (o sufismo é uma linha mística do islamismo. Apesar de sua origem, sofreu perseguição dos muçulmanos em diversos momentos da história. A justificativa para isso era a ameaça ao monoteísmo do islamismo. Por outro lado, o Alcorão também serve como inspiração para o sufismo. Outra diferença do islamismo para o sufismo está na meditação, enquanto os primeiros creem que as cordas vocais e os instrumentos musicais estão ligados ao demônio, os segundos utilizam a música para alcançar um estado mental elevado que se aproxima do contato com Deus.e crenças que remontam à antiga Mesopotâmia.

Eles acreditam que Deus e 7 anjos protegem o mundo. Um deles, chamado Malak Tawous - que é representado na Terra na forma de um pavão - foi expulso do paraíso por ter se recusado a curvar-se para Adão.

Para os yazidis isso é considerado um sinal de bondade, mas os muçulmanos o enxergam como um anjo caído e enxergam os yazidis como adoradores do diabo. 

Além disso, os yazidis acreditam na reencarnação, o que faz com que o entedimento com os islâmicos seja ainda mais difícil. 

A religião tem um sistema de castas rigoroso, que determina quem pode casar com quem dentro da comunidade. Casar fora da comunidade é proibido.

Atualmente, existem cerca de 600 mil yazidis no mundo. A maioria está concentrada no Iraque, Irã, Turquia e Síria. 


Enfim, conceitos à parte, certo mesmo é o interesse dos EUA pelos recursos naturais da região e pelo incremento de sua indústria bélica (guerra é sempre lucrativo para empresários do ramo). 

Para esta semana dois artigos, um da Veja e outro da BBC, sobre os ataques. Boa leitura!!!



EUA lançam mais quatro ataques aéreos no Iraque           09/08/2014 - 21:21
Aviões e drones acertaram veículos blindados de terroristas no norte do país. ONU quer rastrear e bloquear as fontes de financiamento dos jihadistas.

Os Estados Unidos realizaram neste sábado outra série de bombardeios seletivos contra alvos do grupo jihadista Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) no norte do Iraque para proteger a minoria yazidi que vive no Curdistão, reporta a rede CNN citando informações do Pentágono. 

O primeiro dos ataques foi feito por aviões de combate e drones (aeronaves não tripuladas), segundo o Comando Central dos Estados Unidos, encarregado do Oriente Médio.

O bombardeio teve como objetivo destruir dois veículos blindados que estavam disparando contra os yazidis perto do monte Sinjar.

Alguns minutos depois, durante outro ataque, um avião americano bombardeou e destruiu outros dois veículos blindados e um caminhão armado. 

O terceiro ataque deste sábado aconteceu quando uma aeronave americana destruiu um veículo blindado na mesma região.

Na sexta, duas séries de ataques aéreos americanos atingiram uma posição de artilharia do grupo jihadista, destruíram um comboio de militantes e mataram uma equipe de morteiro. 

Na manhã deste sábado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o êxito dos primeiros bombardeios seletivos contra os jihadistas do EIIL, mas reiterou a necessidade de se criar um governo de unidade no país. 

Obama fez um pronunciamento para analisar a situação na região autônoma do Curdistão iraquiano, após ter ordenado ataques aéreos e lançamentos de mantimentos para os cidadãos curdos cercados no Iraque.

“As forças americanas realizaram ataques aéreos dirigidos contra as forças terroristas nos arredores da cidade de Erbil [capital do Curdistão] para evitar o avanço sobre a cidade e para proteger nossos diplomatas americanos e o pessoal militar”, disse o presidente americano. 

Segundo Obama, os ataques “destruíram com sucesso armamento e equipamentos que os terroristas poderiam ter utilizado contra Erbil”.

Os EUA realizaram também duas séries de lançamentos de alimento e água para as dezenas de milhares de refugiados isolados no monte Sinjar, uma ajuda humanitária apoiada pelos governos da França e Grã-Bretanha.

Resolução – O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) está estudando uma minuta de resolução apresentada pela Grã-Bretanha  para condenar a ofensiva jihadista no Iraque e tentar enfraquecê-la cortando suas vias de financiamento. O texto propõe congelar os ativos financeiros de vários dirigentes do EIIL e ameaça com sanções qualquer pessoa ou organização que forneça apoio à milícia sunita. A minuta adverte que os terroristas estão recrutando novos membros por meio da internet e redes sociais.

Além disso, encoraja os governos a propor listas de nomes com indivíduos e entidades que apoiam esse e outros grupos jihadistas para sua inclusão urgente no regime de sanções da ONU. O texto também ordena a analistas das Nações Unidas a elaboração em um prazo de 90 dias de um relatório sobre a ameaça do EIIL e suas fontes de financiamento e de armas, junto a recomendações sobre como frear seu avanço. O Conselho de Segurança, que já se reuniu nesta semana para analisar os últimos eventos no Iraque, poderia votar a proposta de resolução nos próximos dias.
(Com agências EFE e France-Presse)
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/eua-lancam-mais-quatro-ataques-aereos-no-iraque

EUA retomam ofensiva aérea no Iraque
Atualizado em  9 de agosto, 2014 - 21:28 (Brasília) 00:28 GMT
As Forças Armadas dos EUA anunciaram ter realizado neste sábado quatro novos ataques aéreos contra militantes do autodenominado Estado Islâmico (EI) no norte do Iraque.

Segundo um comunicado emitido pelos militares americanos, o objetivo da nova ofensiva seria defender integrantes da minoria religiosa Yazidi, que estariam sendo "atacados indiscriminadamente" perto da localidade de Sinjar.

De acordo com os EUA, em um primeiro momento caças e drones teriam destruído um tanque de guerra que estaria atirando contra civis. Em seguida, os caças americanos teriam localizado e atacado outros tanques e veículos blindados.

Esta é a terceira rodada de ataques aéreos dos Estados Unidos contra alvos no Iraque desde a última sexta-feira.

O presidente americano, Barack Obama, autorizou os ataques argumentando que eles são necessários para defender minorias étnicas ameaçadas pelo EI. 

A ofensiva marca uma novo envolvimento de forças americanas em operações militares no Iraque.

As tropas dos EUA deixaram o país no fim de 2011 e, em um pronunciamento neste sábado, Obama reiterou que não devem retornar. 

O presidente americano também disse acreditar que levará "algum tempo" para que os Estados Unidos possam ajudar o Iraque a se estabilizar.

Segundo Obama, esse seria um "projeto de longo prazo", no qual seria necessário renovar e reabastecer as Forças Armadas iraquianas, além de conquistar o apoio das populações sunitas do país. "Não acho que vamos resolver esse problema em semanas. Acho que isso vai levar algum tempo", disse o presidente dos EUA.

O avanço do EI tem forçado milhares de pessoas pertencentes a minorias étnicas a deixarem suas casas e se refugiarem nas montanhas do norte do Iraque. 

O grupo hoje controla a maior usina hidrelétrica iraquiana, fonte de água e eletricidade para grande parte do país.


Em junho, quando o EI avançou sobre Mosul, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri Maliki, pediu a ajuda dos Estados Unidos para conter os insurgentes. Washington, porém, recusou-se a intervir.

Analistas afirmam que a ascensão dos rebeldes islâmicos, junto com o fracasso na formação de um novo governo após as eleições de abril, tenha forçado Obama a agir.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/08/140729_iraque_ataque_ru.shtml

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