quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Pra lá de Marrakesh


Como o futebol é surpreendente (ou não)... Quando cheguei em casa, depois de uma pedalada, fiquei sabendo do resultado da partida de um time de Marrocos que a gente mal conhecia e do outro time de BH, que este time desconhecido também desconhecia. 
Tinha mil piadas em mente, tipo, quando criança a turminha falava: CAM= Cachorro Achado no Mato, Cansado de Apanhar no Mineirão. Hoje, CAM= Cansado de Apanhar em Marrocos. 
Mas vou deixar a gozação para outro dia, uma vez que o outro time de BH não envergonhou tanto assim. Perder de 3 a 1 para um time de um país onde o esporte favorito do país é encochar camelos em dunas do deserto, não é tão ruim assim!! Ainda bem que não vai jogar com o Bayern!!!! Aí sim... uns 9 X 0 ia ser desmoralizante para Minas e para o Brasil. Obrigado, Patético Mineiro!!! Obrigado Raja CasaCor... não... CasaBlanca, por eliminar os galináceos sem muita humilhação!!! Parabéns Kalil!!! Você já é o 4° do mundo!!!




E se liga Kalil e liga pra advogado do FLU!!! Ainda há esperanças!!!



 #voltandomarrocos #quebreiacaramarrocos #socorrammeemmarrocos 

Notícias de última hora: 

Atleticanos são presos em Marrakech.

Torcedores são acusados de venderem ingressos mais baratos para a finalíssima de sábado:
- Cambistas aqui não! Afirma autoridade marroquina.

Diretores do Bayern também pensam em entrar com um processo contra junto à OMC: 
- Dumping no Ingresso é ilegal!!!

Atleticanos alegam estar endividados:
- Vendi tudo, inclusive minha filha mais nova para ver o time ser campeão!!! Não tenho dinheiro para voltar pro Brasil e ainda faltam 10 prestações!!!

Consulado brasileiro alega não ter condições de trazê-los de volta e afirma:
- Deixo-os lá! É menos vergonha e problema social no Brasil!!!

Depois da derrota Cuca pede exílio à China para se refugiar no Tibet e virar Bunda , ou melhor Buda!



2003 eu vi, 2005 eu ri, 2013 fui TRI e ainda RAJEI de rir!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Faroeste Caboclo com Santo Lula

Muitos filmes que já vi (e adorei) são adaptações de livros que não li. Em geral, para os que leram, os filmes são versões pioradas das histórias escritas e consagradas. E hoje pude (des) apreciar o filme Faroeste Caboclo, uma adaptação da música com mesmo nome da Legião Urbana. Como para muitos, esta canção fez parte do meu repertório na adolescência e que, como música boa não envelhece, curto até hoje. Mas quanto ao filme... Não sei se é por que estava tão ansioso para assistir que, no fim, me decepcionei!!!  

Das versões existentes, apesar de Lulista, gostei mesmo foi desta: Reflete, mesmo que de forma "um pouco distorcida", a história recente da política brasileira!


http://www.youtube.com/watch?v=Lqj2EDce6sQ&list=PL5mGDfU224YKkWgeY1Q-DPFrc-cw70oN7

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Abaixo ao Eurocentrismo!!!

Veja o mundo com outros olhos... observe as possibilidades de projeções cartográficas. Interaja e mude o ponto central da projeção e perceba as distorções!

http://www.jasondavies.com/maps/transition/


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Vídeo/ animação sobre ruralistas e trabalhadores tradicionais

http://www.youtube.com/watch?v=f4Euu4Az-YM#t=91


Sucessão da política Soft Power do Brasil

Por que Dilma foi escolhida para falar na homenagem a Mandela?
Autor: Fernando Brito

A escolha da Presidenta Dilma Rousseff como uma  dos seis chefes de Estado  - os outros foram Barack Obama, Raúl Castro, de Cuba, Pranab Mukherjee, da Índia, o vice Li Yuanchao, da China e Hifikepunye Pohamba, da vizinha Namíbia -  que discursaram na cerimônia  oficial em memória de Nelson Mandela, hoje (10/12/2013), na África do Sul não é apenas uma honra concedida ao nosso país, uma das maiores populações negras fora do continente africano.
É um ato que tem outros significados.
O primeiro deles, a evidência do papel que o nosso país desempenha hoje, tanto entre os Brics que integramos ao lado da África do Sul quanto em toda a comunidade das nações.
É, também, um reconhecimento à postura histórica da diplomacia brasileira em favor da descolonização e do fim da discriminação no continente africano, iniciada com gigantes como o embaixador Ítalo Zappa, nos anos 70, e que ganhou novo e magnífico impulso a partir do Governo Lula, que elevou ao primeiro plano o nosso relacionamento com a África, sob o descaso de inúmeros bocós, que achavam isso uma tolice.
A África, que ninguém se iluda, será a terceira onda de desenvolvimento do mundo moderno, iniciada no final do século 20 com a Ásia, depois deslocada para a América Latina.
A tribuna do tributo a Mandela reunirá América Latina e Ásia à Africa. Barack Obama está lá pela especialíssima circunstância de ser um negro o presidente da mais poderosa Nação do Mundo.
Bush, certamente, não estaria na lista.
Os gestos, na diplomacia, muito além dos obséquios e gentilezas, têm significado político.
E neste ato de memória, é evidente, há uma visão de futuro.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Filosofia De Volta para o Futuro

O seu futuro ainda não foi escrito, nem o de ninguém. 
O seu futuro é o que você fizer dele.
Então, faça um bom futuro!!


Doutor Emmett Brown

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Anjos e Crianças

Toda criança sonha em ser algo especial e quase irreal. Uns querem ser jogadores de futebol, outros artistas de cinema ou roqueiro, muitos querem ser um super-herói (eu mesmo já tenho um "pipelomen" em casa) ou piloto de F-1, ou quem sabe astronauta. 

Quando chega a adolescência e se percebe que nada disto virará realidade, começa-se a construir algo mais factível. Começa-se em pensar em carreiras profissionais. Muitos, influenciados pelos pais ou não, vislumbrando um futuro promissor e com grandes realizações definem o que serão: médicos, engenheiros, arquitetos, advogados, enfim, uma série de profissões nobres e valorizadas. Pois bem, não me lembro se alguém, em algum momento, me perguntou "o que queria ser quando crescer", mas nunca me imaginei fora da docência. Dizem que isto chama VOCAÇÃO. Eu queria ser professor, mas também me incumbiram a tarefa de ser educador. Dizem que isto chama MISSÃO. E como é árdua e extenuante... 

E quando minha mente borbulhava de pensamentos filosóficos e pedagógicos para serem digitados na construção de um novo paragráfo, ouço aquele típico barulhinho de atualização do Face... e por obra do acaso ou do Divino, era um texto do meu irmão de alma Leonardo Dias. Em suas profundas e sábias reflexos sobre o cotidiano, extraio um trecho que sintetiza toda minha angustia dos últimos dias: "Podemos dizer que a vida moderna é complexa sim, mas a complicação fica por nossa conta com as escolhas e atitudes que tomamos. Problemas simples de serem resolvidos são transformados em paredões intransponíveis, atrasos são motivos de longas discussões, divergências no trabalho aparecem como sintomas do pior emprego do mundo. Assim vamos travando uma batalha onde o suposto “inimigo” é a nossa própria falta de perspectiva, de sensibilidade e o excesso de individualismo, que não nos deixam resolver aquilo que esta em desacordo de uma forma mais simples. O ideal seria descomplicar a vida, entrando sempre em consenso, sendo mais flexível, cedendo um pouco mais, acreditando mais nas pessoas. Talvez desta forma consigamos achar um caminho para uma vida mais tranquila, sem decepções e desilusões."

Me arrepiei quando li! Parece que o cara estava ao meu lado. Ao meu lado e tomando uma cerveja! Era tudo que eu precisava escutar/ler para aquentar meu coração! Mais uma situação que me faz crer que Anjos nos guardam o tempo todo!!! Valeu Leleo, valeu Anjos Protetores!!! Dormirei em PAZ!!!





domingo, 3 de novembro de 2013

Amigos Sempre!!!

Ahhhh os amigos!!! Valorize seus verdadeiros amigos! Alguns deles, você terá (e fará questão disto) pelo resto da vida. 

Confesso que, para mim, os verdadeiros são poucos e, os outros tantos pseudo-amigos, a peneira temporal da vida deu novos rumos, novos destinos. 

Os verdadeiros amigos muitas vezes cumprem o papel de um irmão querido que está distante, às vezes se torna, paulatinamente, um irmão de alma mais querido ainda. 

Dizem que amigos são feitos em botecos. Até pode ser que sim, desde que o abraço fraterno do 4° ou 30° copo de cerveja não vire vergonha depois da ressaca. Um brinde aos amigos!!! 

Amigos de escola e do cursinho são legais, desde que não se apaixone por ele. Se não for correspondido, vira tristeza e frustração. Se for, pode virar até casamento, mas aí é outra história!!!

Nestes últimos 33 anos de vida fiz e, infelizmente, desfiz muitas amizades, mas  são os dos últimos 10 anos os que mais me emocionam e me reavivam as lembranças. Boa parte desta turma de amigos fazem parte da minha história com a Geografia e com o interior de Minas, e de lá pra cá, alguns que julgava amigos, desapareceram (outros ressurgiram) . Alguns que só eram colegas viraram meus padrinhos. Ahhhh os amigos... levam amigos "pra forca" também!! 

Outra percepção que acabei criando foi que quanto menor a cidade, maior a possibilidade de se fazer amigos. Talvez pela proporção gente atoa X copo de cerveja ou simplesmente pela maior possibilidade de se assentar no banco na esquina ou
da praça para uma prosa. 

Amigos do FACE, aliás milhares de amigos do FACE não se comparam a nenhum AMIGO DO PEITO de verdade! Por isto, aperte forte com um abraço seu amigo verdadeiro, se entregue de alma ao verdadeiro amigo! Ele pode se tornar um elo entre o que você foi e o que pode ser!

Dedicado aos meus verdadeiros e leais amigos do passado, de hoje, do futuro e de SEMPRE!!! 

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Geografia e territorialidade do futebol

Há algum tempo já pensava em escrever sobre futebol, e como é difícil falar de algo quando se é leigo. Invejo aqueles que conseguem enxergar todo esquema tático dos times em campo como se fossem verdadeiros técnicos. Eu realmente não tenho este dom. Aliás, sou de um tempo que jogadores usavam camisas numeradas de 1 até 11 (no máximo até 17 ou 18 contando com os reservas) e que, quase de forma geral,  indicavam sua posição no campo. 
Pensei em escrever sobre a fase dos times mineiros, em especial, é claro, do Cruzeiro: time com folha de pagamento relativamente baixa, técnico relativamente inexperiente, mas com uma gestão muito mais eficiente que nos últimos anos da dinastia Perrella. Um time que anda agraciando os amantes de futebol com um futebol objetivo e lances lindos, apesar dos dois últimos tropeços. Aliás, sobre isto, fiquei pensando: será que o encantamento acabou? Será que o esquema de jogo foi desvendado pelos técnicos? Bom, espero que não e quarta-feira, dia 16, estarei no estádio para dar aquele apoio. Oportunidade única para reencontrar o Mineirão "padrão Fifa"  no meio  de semana de recesso. Não poderia perder mesmo!
Mas resolvi falar mesmo de algo noticiado bastante neste fim de semana com vários clássicos: a INTOLERÂNCIA entre as torcidas e relacionar este fenômeno à GEOGRAFIA DO PODER.
Aqui em João Monlevade, como em BH, como em qualquer outra cidade pode-se perceber como a TERRITORIALIDADE, ou seja, a percepção de PODER que um grupo exerce em parte do Espaço Geográfico. Na cidade em questão, percebo dois QG's de Cruzeirenses e Atleticanos: o Gambinus e o Bar do Xororó, respectivamente. São espaços públicos-privados, onde em dias comuns, todos podem visitar/ permanecer/ frequentar, mas que em dia de jogos os agentes sociais (os torcedores) se apropriam inclusive da própria via de circulação. 
É interessante, como a Geopolítica Mundial pode, em pequena escala, ser observada. Ao final do clássico fica um bando de um lado e outro do outro. A polícia no meio, como agente pacificador/ repressor (como a OTAN, por exemplo). 
Até aqui, é muito interessante a observação e análise, afinal a rivalidade faz parte do espetáculo, mas e quando vira conflito físico, quando estes grupos partem para as vias de fato?? Marx explica isto com sua teoria do movimento de massas. Marx fala sobre um movimento contra a estrutura vigente e padrão. Ele explica que um indivíduo sozinho não é capaz de atuar, mas que a força da coletividade pode se tornar uma Revolução. Mas isto é a justificativa para os torcedores que se agridem e vandalizam? Qual a causa que motiva esta "luta"? Amigos do dia de sábado viram inimigos no domingo? E na segunda? Todos de bem de novo? Eu, verdadeiramente, não consigo responder estas questões. O futebol é a paixão dos brasileiros, mas não pode se tornar alienação. Espero, queridos leitores cruzeirenses e atleticanos, que reflitam sobre isto e proclamem por PAZ no futebol!


sábado, 12 de outubro de 2013

Capitalismo da Vaca

Capitalismo Ideal: Você tem duas vacas, vende uma e compra um boi. Eles multiplicam-se, e a economia cresce. Você vende a manada e aposenta-se. Fica rico!

Capitalismo Estadunidense: Você tem duas vacas, vende uma e força a outra a produzir o leite de quatro vacas. Fica surpreendido quando ela morre.

Capitalismo Japonês: Você tem duas vacas, redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite. Depois cria desenho de vacas chamados Vaquimon e vende-os para o mundo inteiro.

Capitalismo Britânico: Você tem duas vacas. São ambas loucas!

Capitalismo Holandês: Você tem duas vacas. Elas vivem juntas e não gostam de bois, e está tudo bem.

Capitalismo Alemão: Você tem duas vacas, elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa. Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

Capitalismo Russo: Você tem duas vacas. Conta-as e vê que afinal tem cinco. Conta de novo e vê que tem 42. Conta de novo e vê que tem 12 vacas. Você pára de contar e abre outra garrafa de vodka.

Capitalismo Suiço: Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua. Você cobra para guardar as vacas dos outros.

Capitalismo Hindu: Você tem duas vacas. Ai de quem tocar nelas!!!

Capitalismo Argentino: Você tem muito orgulho por ter duas vacas!!!

Capitalismo Brasileiro: Você tem duas vacas. Inscreve uma no Programa Bolsa Família e a outra Programa Fome Zero e vive de renda!!!


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CIA revela possíveis temas para redação do ENEM 2013

Percebo que temas muito politizados não são bem cotados para o ENEM. Avaliação do Governo com temas onde o candidato teria a possibilidade de falar mal do próprio governo não é muito legal!! Temas polêmicos também podem ser tendenciosos. Sabendo que as provas já estão prontas, o pessoal da CIA (Cleclé Indica Assunto) afirma que pode cair assuntos da atualidade, mas não muito... entende? Assuntos recentes (mas não muito) e neutros como por exemplo "Meio Ambiente", afinal ano passado ocorreu a Conferência Rio +20, ou então pode-se cobrar algo a respeito do Nordeste, sua cultura e seus problemas (ano passado Luiz Gonzaga comemoraria 100 anos), ou ainda alguma temática do futuro: ano que vem será comemorado 25 anos da queda do Muro de Berlim... bom galera, ainda podemos ter assuntos mais gerais como a peonagem, trabalho infantil ou o novo papel social da mulher: a trabalhadora, a presidenta tendo Dilma como inspiradora. Tendencioso né? Mas, dos três últimos temas citados, apostaria meus Hot Wheels neste!!

Espero ter ajudado galerinha!!!

25 anos da Constituição de 1988

Galerinha, meus contatos da CIA (Cleclé Indica Assunto) me afirmaram que o tema para Redação, deste ano, do ENEM, tem grande chance de ser: "25 anos da Constituição de 1988".

Pesquisem, leem, se informem sobre a importância da promulgação deste documento "magno", que foi o marco do processo de redemocratização do Brasil. Os juristas afirmam que nossa Constituição é a mais completa e democrática do mundo, mas será que, de fato, ela anda sendo respeitada? Fica a dica aí Galerinha

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Bom filho à casa retorna!!

A minha história como geógrafo e minhas aventuras na Serra do Caraça se confundem. Nos anos de faculdade foram várias oportunidades que tive para explorar este recanto sagrado. Foram pelo menos seis trabalhos de campo, sendo três deles relacionado a um projeto de mapeamento do microclima da RPPN. Já formado, fiz mais três expedições pelo santuário. Já “curti” até virada de ano. Em cada uma das vezes, mais e mais histórias e momentos felizes. Sempre acompanhado por amigos, alunos e família, este LUGAR realmente me encanta e me “reencanta”. Agora, tenho com vocês, queridos alunos, professora Lúcia Helena e Cleidiene, mais um capítulo para contar. As andanças pelas trilhas, a expectativa quase frustrada de ver o guará, as cantorias à moda de viola, piadinhas (muito) engraçadas contadas por mim, as histórias de terror (ai que medinho!), a observação de estrelas cadentes e tudo que vivemos juntos, nos fizeram criar um laço espiritual de amizade e fraternidade que só sentimos na atmosfera do Caraça. Obrigado por vocês terem feito parte disto. Beijocas para todos... Cleverson (Cleclé) em 21/04/2013

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/11-perguntas-11-setembro-639510.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_guiadoestudante


Algumas questões que ninguém sabe realmente responder... vale a pena ler se vc, como eu, acha que isto tudo foi uma farsa do BUSH... aprende aí como faz, OBAMA!!

sábado, 24 de agosto de 2013

THOMAS MALTHUS e a Teoria do Tio Cleclé

Malthus, criador da primeira Teoria Demográfica, era inglês e tomava chá.....

"Chá Malthus"... por isto... THOMAS MALTHUS...

terça-feira, 30 de julho de 2013

Expedição Pico da Bandeira: Uma Experiência Divina

Há mais ou menos dois meses atrás, assistindo o programa "Terra de Minas",  da Rede Globo, revitalizei a vontade, "um sonho de viagem" que foi aguçada ainda na época da graduação, mas que por várias circunstâncias não havia se concretizado: Conhecer a Serra do Caparaó e subir ao Pico da Bandeira. 

Desejo aflorado, agora iniciaria o planejamento e a busca de companheiros desbravadores para esta empreitada. A época não poderia ser mais propícia: mês de julho, estação seca e férias escolares. Desta forma,  as tarefas iniciais foram facilmente cumpridas. Pela internet foi possível programar a data (Lua Cheia inclusive) e agendar o acampamento no Parque Nacional (uma vez que o número de visitantes é limitado). Quanto aos desbravadores a serem convocados para a missão, foi como "dar bananas aos macacos" ou como "botar lobos para tomarem conta de ovelhas". Convite certo de ser aceito (a não ser pelo Leleo que tinha pré-programado suas férias na praia, mas que acabou se rendendo a aventura). Pronto! Equipe formada: Eu, Ricardo (amigo da longínqua cidade de Pitangui e velho companheiro de acampamento), Leonardo e Fernando (meus irmãozinhos por opção).

Data marcada que atendesse a todos e início dos preparativos. O que levar para enfrentar o frio, o que levar para comer, para beber, como dormir de forma mais confortável possível, e a expectativa só aumentava para, além de tudo, conseguir aquela bela foto!

Fernando e eu: Serra do Cipó/ 2005
Durante as semanas que antecederam a viagem, relembramos antigas aventuras  e  lemos muitas dicas. Meus amiguinhos Leo e Fefê, dentes-de-leites na arte do acampamento (nomenclatura criada pelo Ricardo) aprendiam a como montar suas barracas, como evitar o congelamento dos dedos dos pés usando jornal e inclusive como "camuflar" os gorós, uma vez que é proibido seu consumo dentro do Parque.


Acompanhamos a previsão do tempo, fizemos listas de remédio e de higiene pessoal, programamos o custo com combustível, fizemos e desfizemos as mochilas para ver se tudo caberia (eu e o Fefê pelo menos), vestimos as roupas para testar a resistência ao frio, 
Experimentando os agasalhos
aprendemos a fazer uma lamparina com lata de sardinha usando o óleo. Aliás, a receita do macarrão com sardinha ao molho de tomate vai ficar para próxima né, Fernando? Enfim, nos preparamos para ficar dois dias sem banho, uma vez  que a parte mais fria do parque é a área de Camping,  mas que a coisa piora ao subir pro pico... isto nos inspirou a levar um termômetro e aguçar nossas habilidades de climatologistas discípulos de Ruibran Reis. 

Mochila Cargueira pronta 
para a aventura
Dentre as dicas, uma contribuição dada por mim, foi sobre a carga a ser levada considerando o peso de cada um: "Mais do que a quantidade de equipamento que vocês (Fernando Duarte e Leonardo Dias) pretendem carregar, vocês precisam saber o que aguentam carregar! Lembre-se que uma pessoa acostumada a trilhas e que esteja bem preparada fisicamente (tipo eu) deverá carregar, no máximo, 1/3 de seu peso. Pouco preparo (Ricardo Caldas)? Diminua para ¼. Sem preparo ou nenhuma experiência? 1/5 e não se fala mais nisso!" Piadinhas a parte, amo tudo isto!

No domingo, chegaram, para se juntar a mim na base inicial da expedição - João Monlevade, os três aventureiros. Regados à cerveja e rodadas de pizzas, os últimos detalhes foram acertados, inclusive o "amochilamento" da carga do Fernando, que insistia em subir com bolsas de viagem típico de sacoleiros do Paraguai. Adrenalizados e ansiosos fomos dormir à 1:00 para despertamos as 6:00, e assim foi...

Chegou a hora! Tudo pronto para embarcar no ONIROCO (sei lá se assim mesmo que o Ricardo chama sua carruagem).
Partindo pro Caparaó

Depois de uma parada rápida para o café da manhã e outra mais rápida ainda na estrada, chegamos na cidade de Alto Caparaó por volta das 10 horas da manhã. 
Como bons geógrafos, fizemos um reconhecimento da cidade e fomos para um ponto de referência (Pousada Bezerra) para almoçarmos e começarmos de verdade nossa aventura.


Parada pro abastecimento
Entrada do Parque Nacional do Caparaó
O início de nossa jornada!!!
Os 500 mts iniciais
Começamos a trilhar por volta das 13 horas, e confesso: logo nos primeiros metros já percebia que a missão não seria nada fácil. A cada passo naquela trilha bastante irregular, a mochila parecia pesar mais. Além da dificuldade inerente à caminhada, o tropeiro que comi começou a bater forte. Precisei deixar parte de mim por lá, mas vou resumir a isto sobre minha experiência íntima com a natureza e com a Serra de Caparaó (kkk fotos também são impublicáveis né, Leleo? kkk).
Característica da trilha bem variada



















Depois de algumas paradas pro descanso, de várias fotografias,  de algumas barrinhas de cereais degustadas e litros de águas consumidas...

Flora local: Sempre-Viva
Detalhe das pilhas de pedras: Não sei o significado disto, mas, por duvida,  fiz a minha também.

Ainda falta muito para chegar???


Pausa pra fotos!


Água limpa e fresca!!!
 

 
chegamos ao TERREIRÃO!!! Este lugar é a nossa última parada antes da nossa empreitada rumo ao Pico da Bandeira.


Barracas montadas, ainda me atrevi a tomar um banho. Na realidade, precisava deste banho, pois meu "contato direto" com a Mãe- Natureza, quilômetros atrás, associado com a suadeira da caminhada, não me fizera muito bem. Banho com água congelante tomado, agora é hora de prosear e preparar o "Sopão" do Tio Cleclé. O Ricardinho, com seus apetrechos quase bizarros, não experimentou, mas quem provou... aprovou!!! 





Rango na lenha... ou melhor, no álcool (que não pega fogo!) podemos vislumbrar o pôr do Sol do Alto Caparaó.





Nossas barracas já sombreadas... 
E que venha o frio!!!

O frio começa apertar! Uma blusa apenas não dá mais... mas a prosa, a ocasião, o reencontro, o luar (ah que belissíma Lua!!!) e a expectativa de atingir o pico não nos deixa ir dormir... amo tudo isto também... velhos amigos, piadas repetidas, reclamações e desabafos comuns, mas o momento é único! E que venha o frio... nesta hora, que não passava das 19:00, a temperatura já atingia 10ºC... whisky e conhaque ajudam no programa de Índio... amo cada vez mais tudo isto!!!



La Bella Luna!!


6 ºC Foto: Fernando Duarte
Bom... o frio no relento está quase insuportável e teríamos que acordar muito, muito, muito cedo. De acordo com a proposta, de ver o Sol nascer no Pico da Bandeira por volta das 5:30, a caminhada daria início às 2:30, então, querendo ou não, tínhamos que repousar. Fizemos isto por volta das 21:00. O Leo e o Ricardo disputando quem roncava mais, nem possibilitava ouvir o Som da Natureza. Eu optei, então, por ouvir Maurício Baia. Algumas mexidas pra um lado e para outro, a grande hora chegou! Às 2:00 já começava a me despertar. A ânsia não me deixou dormir direito... era hora de acordar meus amiguinhos aventureiros para partir. "- Ôh Fefê... ooooh Fefê..." foram minhas primeiras palavras neste dia tão especial!

O Fernando, resmungando, acordou... logo ele também chamava pelo Ricardo, e este pelo Leleo. 

Neste momento, ainda meio atordoado de sono, só tentava vestir todas as 4 blusas, 2 calças, 2 meiões e uma meia, 2 gorros, 2 luvas e um cachecol... parece exagero, mas o frio era muito!!!

Por volta das 3:00 estávamos todos de pé e prontos para nossa jornada final. Meu humor não era lá aquelas coisas... aliás naquele frio, ninguém mesmo estaria muito feliz! Mas bora lá!!!

Da caminhada, de madrugada, não tenho muitos registros fotográficos por dois motivos: 
1º) Estava frio caramba para conseguir tirar a mão dos bolsos e;
2º) Apesar do Luar, estava muito escuro e precisaria de flash, mas as baterias da câmera estavam por acabar.

O percurso foi mais tranquilo do que imaginei. A canseira que o trecho entre a Tronqueira e o Terreirão nos deu, pelo peso das mochilas, foi maior que a subida para o Pico.  A luz do luar ajudou muito, a marcação da trilha é muito bem feita. Fizemos poucas paradas para descanso. 

O pior mesmo foi ter afundado o pé direito numa poça d'água. Mesmo com um calçado de couro e três meias, a água me gelou. Na nossa última parada, suplicando por quem passava por um jornal para secar o calçado e aquecer o pé, consegui arrumar uma sacola que, como paliativo, isolaria meu pé do calçado pelo menos.

Neste momento já batiam 5 badaladas do dia 23 e era hora de acabar de chegar ao pico... e é hora também de fotografar, na penumbra, a bela paisagem que nos cerca.



Morro acima, faltava muito pouco... mas ventava muito... a sensação térmica, explicava para o Ricardo: "é isto!!!  Frio para &*%$#*!!!"

A chegada ao Pico da Bandeira é algo inexplicável!!! Simplesmente ter chegado lá, já é uma vitória. Aqueles que já estão, vão motivando aqueles que estão à dois metros para alcançar o cume. O astral é supremo e de superação. O vento parece ficar cada vez mais intenso e gélido.

Mesmo com os pés gelados e aflito com frio, o entusiamo me faz começar a fotografar. Depois do parto do Henrique, são as fotografias mais desejadas que faço. 

Nem vou tentar descrever a visão que conseguimos ter do alvorecer... o ditado diz: “uma imagem vale mais que mil palavras”... vai aí algumas imagens então, e mesmo assim não são capazes de suscitar nem 10% do entusiasmo que sentimos em ver este fenômeno ao vivo.

A Lua vai se despedindo


E Ele chegou!!! Nesta hora, as pontas de meus dedos pareciam estar congelada, não tinha sensibilidade nenhuma e precisa regular a máquina fotográfica!!! 
Conseguimos!!! 
Depois do Sol despontar e “firmar” no céu, depois de tanta euforia, é hora de vislumbrar ainda mais a paisagem do 3º pico mais alto do Brasil!!! Adoro fotografias e, apesar de não ser um estudioso desta arte, sei que a luz da manhã e do entardecer são as melhores para tal. Então, vamos aproveitar...























Já eram umas 7:30, hora de partir... o Sol brilha tão intensamente, que apesar dos ventos, já esquenta a pele... 

Meus pés, ainda molhado, não incomodam tanto, o corpo começa a pedir menos blusas e com uma hora e meia chegamos ao Terreirão.






Nossa programação inicial era de ficar mais um dia, conhecer ao redor, desbravar trilhas e cachoeiras, mas o corpo já sentia necessidade de banho quente e de uma cama confortável. Por mim, meus companheiros de aventura sabem disto, eu ficava, mas resolvemos mesmo descer.
Começamos a desmontar acampamento e já doía pensar a descida com as mochilas. Eu já previa mais de 15 dias com o joelho arrebentado até que... passa o rapaz com as mulinhas... elas podiam ter subido com nossas mochilas, mas a empolgação da aventura não nos deixou pensar nesta possibilidade. Agora, com sangue frio e, principalmente costas doendo, veio ao nosso olhar a salvação!

Descendo com menos carga e mais feliz, podemos apreciar melhor a beleza da paisagem da Serra da Caparaó. 







E a natureza ainda guardava mais um dos seus encantos para o final da trilha

Mulinhas: A Salvação!!
Com 1:20 descemos todo o percurso, tendo tempo ainda pra dar uma espreguiçada em bancos de madeira nos quiosques da Tronqueira e esperar as mulinhas com nossas bagagens...



Voltamos à Pousada Bezerra para tomar um belo banho e almoçarmos. 


Alguns dormiram no caminho até chegarmos em Monlevade.
Descanso do Guerreiros

Não sei o quanto meus amigos de expedição estavam empolgados, nem sei o quanto esta viagem foi importante para eles. Talvez eles façam aventuras muito mais selvagens ou requintadas. Talvez nunca voltem ao Pico da Bandeira ou talvez voltem com muito mais fôlego. Talvez voltem comigo ou talvez eu volte sem eles. Talvez meu filho vá comigo, ou talvez apenas nossos filhos irão. Não tenho muitas certezas... A única que tenho é que este momento foi único e inigualável. Conseguimos depois de quase 10 anos de formados, juntarmos debaixo de um céu límpido, de uma grandiosa Lua cheia, chegar ao Pico da Bandeira. Para mim, ter conseguido a façanha que poucos conseguem, ao lado de grandes (e verdadeiros) amigos não há FELICIDADE maior. Parafraseando o meu amigo Leleo: "Todo o desgaste que tivemos valeu a pena quando nos deparamos com essa paisagem que apenas um seleto grupo de pessoas irá presenciar."

Despeço-me agradecendo o companheirismo de vocês três, Leonardo Dias, Fernando Duarte e Ricardo Caldas. Espero, QUERIDOS COMPANHEIROS EXPEDICIONÁRIOS, que tenhamos mais momentos assim! Que o sangue do verdadeiro geógrafo faça valer mais que o ar condicionado do geógrafo de escritório.   Amo tudo isto!!!